Tanto um quanto o outro, deveria ser meditado e pensado com
cuidado e carinho. O problema é que, nós, em nossa loucura, ou movidos pela
paixão (estado febril dos sentimentos que confundimos com o amor; na verdade, a
paixão é um desequilíbrio do sentimento de amor, a caminho, quiçá, até do ódio
que é aquele sentimento totalmente adoecido), somos levados a tomar decisões
apressadas e sem considerar as várias faces da questão.
Portanto, somos os únicos responsáveis por nossas escolhas.
Afinal, tudo isto e TODAS as demais situações que nos envolvem, são resultantes
de nosso livre arbítrio. Consequentemente, se as nossas emoções
estivessem subordinadas à razão, como deveria ser, evitaríamos muitos
dissabores e sofrimentos que seriam, a priori, desnecessários, porém, em
consequência de nossa "loucura" acabamos tornando-os necessidades em
nossas vidas.
Mas, foquemos um pouco mais sobre a questão das SEPARAÇÕES...
Antes de tudo, se tal "questão" vem ou se coloca em
pauta, é porque não deveríamos ter casados, para início de conversa. Então, se
casamos, foi porque tudo o que dissemos acima, não foi considerado, ou sequer
tido em conta. Agora, como os seres humanos não sabem viver, exceto, dentro das
reações, pensamos, consideramos e/ou achamos que a separação é o melhor
caminho. Que ela vai nos trazer liberdade, que com ela poderei ser feliz, que
vou ter ou conseguir o que quero e etc.
Tudo isto são mais daquelas tantas ilusões que gostamos de
alimentar, por satisfazer nossos desejos, muitos deles escondidos até de nós
mesmos... Esta é uma dicotomia humana oriunda do fato de não nos conhecermos. Pensamos
que nos conhecemos, sequer imaginamos que este pensamento é uma baita ilusão.
Se ele fosse real, muitas das coisas que nos acontecem não aconteceriam.
E a humanidade seria diferente! Estaríamos vivendo o que
alguns consideram como o Paraíso!
RETOMANDO...
Obviamente, existem situações que se mantidas trarão consequências
piores do que a separação em si. Deste modo, cada caso é um caso, mas, enfim,
cada um, independentemente de qualquer atitude, a favor ou contra, deveria
meditar com vagar antes de tomar medidas finalísticas ou, pelo menos, com esta intenção.
Isto sem considerarmos que a maioria das nossas “finalizações” não passa de meras
especulações quando não de ilusões.
Ocorre assim porque, as “questões” não estão fechadas ou
focadas nos outros, e, sim, em nós mesmos. Deste modo, se não resolvermos as “coisas”
conosco, não iremos resolvê-las por fora de nós.
RECEITA DO BOLO?
Não pretendemos trazer uma receita de bolo neste texto, até
mesmo porque tal é impossível em tão poucas linhas, mas, gostaríamos de deixar
aqui algumas outras reflexões, além das já pontuadas nas linhas acima, para os
amigos e amigas, companheiros e companheiras, ou irmãos e irmãs que vierem a se
depararem com o nosso texto.
Assim, antes de nada, e, em todas as circunstâncias, saibamos
que:
VIVER É UM DESAFIO...
E se tal é verdade, saibamos que o fato de se separar pode
vir a não resolver todos os nossos problemas, aliás, até pode seguir na direção
oposta do que pensávamos. Por que acontece assim? Por que a separação, nem
sempre, é a solução?
Simples, por que...
Conseguir ficar bem consigo mesmo, não é tão fácil e simples
assim não... Não é algo resultante de fora para dentro, isto é, não depende dos
outros ou das circunstâncias fora de nós. Ficar bem consigo mesmo é resultante
do trabalho que o individuo faz sobre si mesmo, consequentemente, é
proporcional ao conhecimento que a pessoa tem de si mesma.
Em resumo, estar bem consigo mesmo não ocorre ou advém em
passes de mágica! Sem trabalho, sem conhecimento de si mesmo, redunda na inexistência de resultados
efetivos ou reais. E, mais, os resultados são proporcionais ao conhecimento e
ao trabalho levado a efeito sobre si.
COMPREENDA E ACEITE QUE:
Ninguém é do jeito que gostaríamos: Nem nós mesmos!
Se formos sinceros e honestos conosco mesmos, seremos
obrigados a concordar com esta premissa. Do mesmo modo, que ninguém muda ninguém.
A única pessoa que possui o poder de mudar o outro é ela mesma. Se você tem ou alimenta esta ilusão, saiba então:
Está fadado(a) ao fracasso, à decepção, à frustração e muitos etc’s.
Simplesmente porque estás alimentando amargas ilusões. E elas lhe cobrarão o
devido preço, em hora oportuna. E a responsabilidade é toda sua, pois, afinal,
foi você mesmo quem alimentou as ilusões. Ninguém mais!
A maioria dos que pensam em se separar, consideram que terão todos
os seus problemas resolvidos. Só que não, porque,
Antes de olhar para fora, é prioritário consigamos olhar para
dentro de nós mesmos. Sem resolvermo-nos por dentro, jamais vamos
conseguir resolver as coisas por fora! Simples, assim!
CULPAS...
Muitos se sentem culpados quando a questão da separação vem à
tona... No entanto, não importa qual seja a CULPA, o fato é que só devemos aos
outros, na medida em que devemos a nós mesmos!
Certamente, em alguns ou na maioria dos casamentos, o
parceiro ou a parceira, acaba por atravancar ou dificultar o crescimento do
outro. Sobre isto, algumas considerações se fazem necessárias...
Aprender a se abrir para aprender é o grande segredo!
Se você busca o crescimento pessoal e etc e o seu parceiro(a)
não, você não pode se deter apenas para satisfazer o outro, ou para caminhar no
mesmo ritmo do outro.
ALTERIDADE...
É o grande desafio deste milênio e do novo mundo que se
avizinha (estamos adentrando, firmes, nas dores
do parto da Nova Era ou do Novo Mundo, por isto, estamos vendo o crescente
das agonias, dos desafios, das dores, das lutas... em todos os terrenos, porém,
e, seja como for, o como estamos a caminho, corre por conta de cada um de nós).
Sem a alteridade, sem aprendê-la, não poderemos prosseguir nossa jornada aqui
na Nova Terra, mundo adentro da Era de Regeneração (ahhh, Nova Jerusalém, quem
são os que de fato e realmente estão te percebendo descer dos céus íntimos?).
A humanidade, e, cada um de nós, em particular, verá e nos
veremos confrontados, e cada vez mais e com maior intensidade, com o desafio de
aprendermos a lidar e a conviver com as diferenças... Isto é a alteridade...
Saber conviver com as diferenças!
Esta é uma lição imprescindível neste início de milênio e,
consequentemente, dentro e fora do casamento, seja nas relações sociais,
comunitárias, grupais, familiares e etc.
Aprender a respeitar os direitos alheios, tanto quanto os
nossos próprios direitos, é lição imorredoura para todas as épocas, tempos,
situações, circunstâncias e etc.
Respeito não é subjugação, não é humilhação, não é
destruição... É convivência, é compreensão, é aceitação, é saber e aprender a
viver respeitando os limites e liberdades alheias e próprias. É lição de
maturidade, é lição que nos transformará em novos homens e mulheres do Terceiro
Milênio.
Por conseguinte, seguindo os parâmetros apontados, é saber
ver e compreender o ritmo do outro e o nosso, é saber ver se o outro está mesmo
caminhando, se ele quer mesmo caminhar ou não. É respeitar tudo isto! Portanto,
o outro tem o direito de escolher não caminhar, mas, não tem o direito de me
exigir, cobrar etc a fazer o mesmo.
Necessitamos aceitar os outros como são, o que não significa termos
de compactuar com os erros ou os descalabros alheios. Também, não temos que
forçar os outros há nada. Devemos respeitar sempre, do mesmo modo que os outros
são obrigados a respeitar-me. Assim, dentro destes parâmetros, os problemas do
outro são do outro, do mesmo modo, os problemas meus são meus. E cabe a mim,
resolvê-los. Do mesmo modo, cabe ao outro resolver seus próprios problemas.
Esses também são limites tênues que nos exigem bom senso e
maturidade. Os meus problemas tanto quanto os de qualquer um, não poderão
exorbitar das margens e limites individuais afetando a coletividade.
O grande problema humano atual é saber traçar estes limites e
verificar se os problemas individuais estão afetando mesmo ou não a
coletividade. E quais supostos “problemas” deverão ou não ser considerados como
tais. Lembrando que o novo sempre é recebido na pauta da rejeição, da
resistência e etc pelo velho ou pelo status
quo. E se nos deparamos com estas questões a nível social e coletivo, o
mesmo também está ocorrendo nos círculos familiares, pessoais e, como não
deixaria de ser, no casamento.
APRENDIZAGEM, PROGRESSO, CRESCIMENTO...
Podemos e devemos dar o apoio possível que se encontra em
nossas condições e possibilidades, porém sem invadir os limites e as responsabilidades
alheias (do outro). Não podemos fazer pelo outro, do mesmo modo que não podemos
obrigá-lo, pois tal não é de nossa competência (o melhor caminho sempre é o da orientação). Portanto, devemos cuidar para que a nossa ajuda não seja uma
desajuda e etc.
Depois de tudo,
Se, por um lado, é triste ver e/ou constatar que aqueles que
estão à nossa volta não querem o mesmo que nós, mormente, falamos relativamente
ao crescimento pessoal, também não podemos nos deter apenas para satisfazê-los...
Não seria justo para conosco. Encontrar o equilíbrio, saber decidir, aprender a
se afastar ou quando devemos nos aproximar e etc são desafios que nos esperam...
E mais, se temos intenções ou pensamos em separação, devemos
pensar nos PORQUÊs (motivos, razões etc) que nos levam ou me impulsionam a sair
ou terminar a relação, do mesmo modo, devemos pensar também nas razões, motivos
e etc que me levaria a permanecer na mesma.
ATITUDE DE MATURIDADE SEMPRE!
Porém, maturidade é conquista, é resultado de trabalho, de
esforço, de empenho, de construção...
A UM PASSO...
Se seguirmos as reflexões assinaladas, e com mais alguns
passos de maturidade e de bom senso, conseguiremos a vir nos decidir por uma ou
outra solução, sem nos projetarmos em arrependimentos tardios ou sentimentos de
culpas futuros.
Seja como for, uma coisa é certa, cabe-nos compreender e
aceitar a realidade de que,
A separação não vai nos tornar ou trazer: Seja a felicidade, o
prazer, a satisfação, a alegria de viver, a liberdade e etc.
Tudo isto, são conquistas íntimas, internas. E podemos tê-las
ou não, independentemente de nosso estado, condição, situação e etc. Ou seja, podemos
ter isto, casados, separados, solteiros, ricos, pobres ou etc.
Cada situação, cada circunstância pode-nos ser uma agravante
ou uma atenuante ou não, mas não poderá ser paralisante. Se realmente queremos,
de verdade mesmo, a oportunidade sempre surgirá, no tempo certo e na hora
adequada... Isto é líquido, justo e certo!
Saber agarrar a oportunidade ou não, corre por nossa conta e
responsabilidade!
Então, tenhamos claro e sem ilusões, utopias e etc: Os
atributos assinalados acima não são conquistados de fora para dentro, mas, sim,
pelo caminho inverso.
FINALIZANDO...
Depois que resolvermos as várias questões (e, na maioria das
vezes, que se encontram pendentes) conosco mesmos, aí, sim, teremos condições
de decidir se devemos ou não separar, se vale a pena a lutar pelo casamento ou
não e etc. Além disto, saberemos ou teremos condições de considerar e avaliar se
o outro está disposto a mudar ou não, e, nesses casos, se vale a pena investir na
relação ou não, ou, mesmo, na própria pessoa ou não. E muitas outras coisas a
mais.
Sem esquecermos: Todas estas considerações são válidas,
igualmente, para o casamento!
Em breves linhas é isto!
Até outra oportunidade meus irmãos e irmãs!